17 julho 2009

Acompanhe o diário do CID- (em construção)

Dia 9 de julho (quinta-feira) – Aniversário do Cid
Hoje acordamos um pouco mais tarde porque iriamos conhecer a praia de Idugo e tomar um banho no Oceano Índico. Tomamos café, aquele “tropeiro”, que mesmo a Ana ter colocado mais pó, ele ficou mais fraco, pois ela não sabia o quanto de água o Cleber tinha colocado na panela ontem. A mesma geléia mas o Tomás chegou para nos acompanhar até a praia trazendo pão local. O pão é meio arredondado, parecido em formato com nosso pão d’água em Curitiba, de textura como um ciabatta, mas em sabor, de pão. Nem o sabor do pão d’água, nem ciabatta, aliados a uns grãos de areia no meio. Mas muito bom e com aquela geléia vermelha... melhor ainda. Depois do café tivemos nossa devocional e meditamos sobre o Salmo 8, destacando as maravilhas da criação de Deus e lembrar que das crianças, que nos cercava dia e noite, sai o perfeito louvor. Depois, fomos caminhando para a praia, cerca de 3 km de onde estávamos. No caminho, muito sol e o Cid foi conversando com o Tomás quando ele contou como foi parar como missionário na ilha. Ele foi lá a primeira vez em 2005, com um lider que fez a ele o desafio de ficar ali e pregar o amor de Cristo aquele povo. Tomás respondeu que nem amarrado iria para lá. Seu lider respondeu que Deus poderia fazer com ele o que fez a Jonas. Saiu da ilha e foi trabalhar em outro lugar. Mas sentia que Deus tocava seu coração pelo povo Moniga e ele começou a orar com sua mulher, a Guida, pedindo a direção de Deus. Sentia que deveria voltar para conhecer melhor a ilha e o povo Moniga, mas não queria falar com seu lider e estava em dificuldades financeiras para ir lá. Descobriu, então, que sua mulher tinha uns sapatos que não lhe serviam mais e resolveu vender esses sapatos. Com o dinheiro dos sapatos ele comprou carvão para sua casa e o restante do dinheiro comprou passagem para ir a ilha. Devemos fazer um parênteses aqui. O carvão é fonte de energia, fogão e as familias dependem muito de ter carvão em suas casas para cozinhar. Também, não existe uma condução específica para a compra de passagem, mas sim transportes de caminhão onde cerca de 40 a 60 pessoas se amontoam numa carroceria e vão ao seu destino. E assim Tomás chegou à ilha de Idugo, agora por conta própria e sem o conhecimento do seu lider. Quando voltou a Quelimane estava decidido a ir morar na ilha e trabalhar pela conversão do povo Moniga. Voltou para a ilha em 2007, agora com o apoio do Cleber, para aprender a língua local e fazer amigos, ganhar a amizade e a confiança do povo para poder falar do amor de Deus. Sua condição de moradia é a mesma do povo da ilha. A praia é muito bonita, mas hoje o mar estava agitado e por isso os pescadores não puderam ir pescar. Chamam de mau tempo, apesar do sol escaldante. Como são canoas e não barcos pesqueiros, eles não saem por causa do vento forte que faz muitas ondas. Pouco antes de chegarmos à praia passamos por um poço onde as mulheres retiram água. Esse poço é uma mina onde as mulheres esperam a água brotar e retiram a água aos poucos, revesando entre o que é colocado no balde e o que as crianças bebem ali na hora.

E por todo o caminho, sempre acompanhados de muita criança. Alguns entraram na água, brincaram de bola com o pessoal da ilha foram ver as dunas, brincamos na areia com as crianças, enfim, tudo o que se faz numa praia. Num determinado momento o Sérgio Wesley deitou na areia para descansar e imediatamente uma pequena multidão de aglomerou em volta dele.


Dia 8 de julho (quarta-feira) – Dia no mercado
Acordamos às cinco da manhã, pois às sete horas pretendíamos estar mercado onde o grupo faria sua primeira apresentação. Estava frio e o Cleber, logo cedo, começou um fogo com carvão – claro que do lado de fora da casa – para esquentar a água do café numa grande panela. Enquanto saia o fogo e a água esquentava, descobrimos que o coador havia ficado em Quelimane. A Jandaia foi buscar a meia que havia ganho no avião, pois era novinha, mas resolvemos fazer café tropeiro, colocando o pó direto na água e depois jogar uma brasa quente para decantar o pó. Também, não tínhamos pão, pois era muito cedo para o Tomás chegar com o pão comprado em Idugo mesmo. Tomamos nosso “chafé” com bolacha que o experiente Cleber, já acostumado a ir em Idugo, havia levado. Também, abrimos uma lata de geléia que ninguém conseguiu saber de que era. Apenas que era uma geléia vermelha, meio gelatinosa, e doce. Após o café, fizemos nossa devocional, cantamos, oramos e fomos para o mercado, sempre acompanhados de um grande grupo de crianças. Antes, passamos num poço que era usado pelas mulheres para retirrar água, na verdade, um buraco com água barrenta e suja. Esse poço já não é mais usado, pois bem próximo dele está um dos poços colocados pela IPC, na casa do Carlitos.

Ao chegar no mercado, depois de uma longa caminhada de mais ou menos 2,5 km, fomos surpreendidos por uma pequena multidão que colava ao nosso redor, criancas e adultos, observando cada detalhe da preparação para a apresentação. A cada passo, a multidão acompanhava. Isso, de certa forma, nos fez sentir recepcionados. Não precisamos pedir para que chegassem a nós para nos assistir; em fração de segundos estavam todos sentados esperando por nossa “performance”. Antes de cada apresentação o Sérgio falava e o Tomás traduzia na língua Moniga. Apresentamos stomp, o teatro criação, malabares e Palhaço Chapecó. Dava para ver nos olhares das pessoas a carência por algo diferente, a carência por algo novo, a carência por uma palavra que trouxesse alegria e também esperança.


Ao final da apresentação distribuimos pirulitos para as crianças e tivemos oportunidade para conversar com as pessoas que falavam português sobre o amor de Jesus. Quando percebíamos que alguém lia, entregávamos a ele um Novo Testamento, dizendo que era um livro transformador de vida e líamos alguns trechos com eles.
Na parte da tarde Irú, Cláudio e Cléber foram fazer a instalação do motor a diesel, também comprado com recursos que enviamos, para colocar energia na cada do Tomás, enquanto o resto da equipe ficou na casa de Carlitos interagindo com as crianças e adultos que nos rodeavam. Tomamos água e comemos coco, natural da ilha, buscamos água do poço e preparamos o banho. No findar do dia voltamos ao mercado para levar o cinema ao ar livre para o povo da região. Montamos um telão grande que o Cleber emprestou e assistimos o filme “Razão para cantar”, dublado em português, com uma verdadeira mutidão ao nosso redor.


Na volta do mercado, cerca de 22h30, o luar praticamente clareava o caminho nas trilas que as lanternas até atrapalhavam. Chegamos na casa do Carlitos e comemos um arroz com lagosta. À tarde compramos seis lagostas para as dezenove pessoas que estavam ali na casa (além dos 15 da IPC, a Karina, uma jovem de Jundiai que nos acompanha, o Cleber, a Rosita e a Esmeralda, que faziam nosso almoço). Antes do jantar, uma surpresa: a Esmeralda chegou com um balde de água morna e com uma panelinha de plástico jogava água em nossas mãos para lavarmos antes do jantar. Cansados, depois do jantar, fomos dormir.


Dia 7 de julho (terça-feira) – Chegando em Idugo
De volta ao caminhão, de volta aos solavancos. Quanto mais próximo do rio para fazer a travessia, pior ficava a estrada, mas achavamos que faltava pouco para chegar na travessia, mas o caminhão ainda rodou mais três horas. Num determinado ponto, paramos novamente e alguns de nós preferiram ir a pé, pois o cansaço da noite sem dormir, sentados e chacoalhando ali naquele banquinho da carroceria foi uma prova de resistência muito grande para nós todos. Finalmente, cerca de 9 horas depois chegamos às margens do Rio Muriade Tomás estava lá, com um grupo de homens de Idugo para nos ajudar com a bagagem e carregar toda a carga que levamos. As meninas, o Sérgio e o Cid atravessaram primeiro, numa canoa com dois remadores e um timoneiro e a travessia, tranquila, de cerca de 1 km, durou apenas 20 min. Assim, depois de tanto tempo de preparo, chegamos para oxigenar Idugo.




A canoa voltou para buscar o restante do pessoal e a carga levada. Pelo menos mais duas viagens. Na ilha, caminhamos até a casa do Tomás onde vimos o poço perfurado com os recursos da IPC e as mulheres carregando água. Deus deu a Ana a promessa de abençoar todo a terra onde nossos pés pisassem, então registramos nos passos e pisamos uma grande área da ilha.




Até que todo o restante do grupo chegasse, dormimos, no chão no quintal da casa do Tomás, de qualquer jeito, pois qualquer chão duro era muito melhor que a carroceria chacoletante, fria e cheia de pó daquela noite. Enquanto esperávamos, achando que estávamos esperando muito, a Ana perguntou a Guida, mulher do Tomás, se ela sabia onde ficariamos hospedados, e se poderíamos nos dirigir ao local. Ao que ela respondeu: “Sim, eu sei onde ficarão, e podemos ir, mas vamos esperar o irmão Cléber e o meu esposo; eles dirão que que faremos.”Neste momento começamos a perceber nossas diferenças culturais. Quando o grupo todo se reuniu, já tinha passado do meio-dia e a Guida havia preparado nosso almoço. Agradecemos a Deus por aquele momento, por todos estarmos bem, pela viagem e almoçamos pato com arroz. No início da tarde, fomos para a casa do Carlitos, onde seria nossa base. No caminho uma fila de crianças iam atrás, falando na língua Moniga, e pudemos ter nosso primeiro contato com o povo, olhando as casas cobertas de folhas de coqueiro, aquelas mesmas casinhas que víamos pelo Google Earth, pelas quais nós oramos em Curitiba. Quase perto da casa do Carlitos, passamos pela casa do Ana Povo, um senhor de 87 anos, bastante respeitado e conselheiro dos administradores da ilha. Na língua Moniga, “Ana” quer dizer Senhor, como falássemos no Brasil, Sr. Povo. O seu nome, de fato, é um nome mulçumano, mas ele é conhecido na ilha como Ana Povo. Ele nos apresentou sua esposa, uma senhora vestida com duas capulanas bem coloridas, com predomiância da cor amarela na sua roupa, destacando-a das demais senhoras a volta.



Mais alguns metros, chegamos na casa do Carlitos, que tem três quartos, sem móveis ainda pois eles só irão mudar para Idugo em janeiro, uma varanda que rodeia praticamente toda a casa e um cômodo separado, na frente da porta da entrada, que é a cozinha. Aqui em onde estamos as mulheres cozinham, lavam a louça, enfim, fazem todo o trabalho doméstico no chão, arcadas 90 graus e, algumas, ainda com uma criança presa nas costas amaradas com a capulana. O “fogão” é um brazeiro feito com carvão ou lenha. As moças se acomodaram num quarto, os rapazes no outro, Sérgio e Junia no quarto menor. Cleber levou uma pequena barraca e pediu para os dois mais “idosos”, Cláudio e Cid, que se acomodassem na barraca.
Assim, nossa tarde foi nos arrumarmos naquela casa, coberta com folhas de coqueiro. A casa de banho e o banheiro ficavam mais acima da casa e fomos, então, apresentados pelo Cleber do local onde tomaríamos banho frio de canequinha e usaríamos como banheiro: um local para as mulheres e outro para os homens. Guilherme descreveu o local como “tenso”.
Fizemos nossa refeição e nos acomodamos durante o dia, sempre acompanhado dos olhares curiosos das crianças e de alguns moradores, ao mesmo tempo que nos adaptávamos às condições, principalmente para apanhar a água para o banho. Depois do jantar, arroz com camarão (dois a três camarões por prato), nos reunimos para uma devocional e orarmos juntos. Cid falou da dificuldade que passou naquela noite e lembrou de Isaias 6, que é muito fácil ler esse texto sentado nos bancos confortáveis da nossa igreja, com ar condicionado, mas é difícil o chamado de Deus e que a medida que o tempo passava a pergunta que vinha a mente era: quem enviarei? Quem irá a Idugo falar do amor de Deus? Quem irá passar por uma viagem, uma noite como essa, para falar a esse povo de Idugo? E nós dissemos: Senhor, enviá-nos e lá estávamos com um propósito que começaria no dia seguinte. Após a devocional, começamos a cantar e as pessoas começaram a chegar e foi assim que aprendemos nossa primeira canção na língua Moniga, traduzida do dialeto falado em Quelimane pelo próprio Tomás.
A’Iesu araka
Neteque nima cocoro


Uma canção que diz que quando as trombetas tocarem, todas as línguas, todos os povos, dobrarão seus joelhos reconhecendo Jesus como Senhor e Salvador. Cantamos juntos, oramos e fomos dormir.


Dia 6 de julho (segunda-feira) – Primeiro dia em Moçambique
De noite, chuva; às vezes forte, às vezes fina, mas um friozinho de Curitiba. Acordamos cedo, cada um a seu tempo, descansados da viagem. Tomamos café juntos e tivemos nossa devocional. Cid falou sobre Salmo 17.7-8, que Deus nos cuida como sua menina dos olhos, à sombra de suas asas, da mesma forma com que fomos acolhidos na casa da família Cleber-Debora-Juda. O Cleber falou a respeito do texto de Isaías, da vingança de Deus. Que viemos com essa tarefa, vingança contra a opressão islâmica, a colonização portuguesa, colonialismo das ongs, e uma série de coisas que oprimem esse povo. Após o café, Sérgio fez a distribuição das tarefas do dia: trocar dinheiro, fazer compras do material e mantimento para levar para a ilha, comprar o material para as oficinas que não pudermos trazer e se preparar para o ensaio. Também fez a escala de trabalho de cada um para ajudar na limpeza, no almoço e quem sai para as compras. As moças sairam para comprar capulanas e os homens para o mercado ver o material para o “stomp”. À tarde, o grupo se dedicou ao ensaio das peças serão apresentadas na ilha, Cleber, Iru e Cid foram fazer o final das compras e preparo para a viagem. Sairemos à meia noite, de caminhão, levando suprimentos, um freezer, um motor à diesel para a energia e nossa bagagem. Viajaremos sete horas na madrugada na boléia de um caminhão em estrada não muito boa. A previsão de chegar no local da travessia é às 7 da manhã e a travessia deve levar em torno de 20 minutos. Só não sabemos como chegaremos lá. À noite, após a janta, tivemos um momento de oração e louvor. Estava conosco a Esmeralda, irmã da igreja aqui de Quelimane, e Rosita, esposa do Carlitos e os proprietários da casa onde ficaremos hospedados em Idugo, e sua filhinha, Rebeca.

Após esse tempo de oração, Cleber foi chamar o caminhão, que deveria ter chegado em torno de 23 h. Acho que uns 20 min após a meia noite chegou o caminhãozinho, com um banquinho nas laterais da carroceria e uma capota de lona. Carregamos o caminhão, com o motor, o freezer, mantimentos, bagagem e aquela carroceria foi enchendo. Percebiamos que o espaço que teríamos seria pequeno.





Faltava 15 min para a uma da manhã quando saimos da casa do Cleber, empilhados naquela carroceria e se acomodando a cada buraco. O Noventa pegou o violão e começamos a cantar, pois nada podíamos fazer naquela situação. A medida que o caminhão andava, o vento frio entrava pelas frestas e percebemos que tínhamos que tirar nossas cobertas e acomodar nossos “sentantes”, pois em menos de meia hora de viagem o que poderíamos chamar de conforto, a bancada lateral, já estava bem desconfortável. Entrando a madrugada, num asfalta bastante emburadado, mas estavamos contentes, o pessoal se acomodando aos poucos, brincando e cantando. Muito frio. Depois de um tempo, o caminhão entrou por uma outra estrada vicinal, agora sem asfalto, e parou. Os moçambicanos que estavam conosco começaram a abrir a lona e nós pedimos para deixar fechada, pois o vento era muito frio, mas eles nos disseram que era para ventilar pois teríamos muito pó pela frente e que precisava arejar. Assim, ficamos na dúvida, se frio ou pó: preferimos o frio. A medida que o caminhão andava naquela estrada esburacada o pó levantava e nós ali, com pó e com frio ao mesmo tempo. De hora em hora a Jandaia perguntava as horas que não passava e nem o caminhão parava. Pulos, solavancos, frio e pó... e assim foi a noite inteira. Quando o dia clareou o caminhão parou e todos começaram a se ver cheios de pó. Nossos cobertores (que tinhamos para usar em Idugo), nossas roupas, absolutamente tudo estava coberto de pó. O Cid, que ficou na parte mais traseira da carroceria, estava parecendo um boneco de barro de tanto. Os meninos queriam vendê-lo em Morretes, como boneco de barro. O Sérgio chegou a fotografar o óculos do Cid que estava puro pó. A blusa clara da Ana, mudou de cor, o cabelo da Jandaia, vermelho e assim íamos nos descobrindo e, graças a Deus, tudo levado no bom humor. Deus nos permitiu experimentar a unção do riso, naquela noite. O corpo todo doia, as condições eram precárias, mas ríamos a todo tempo. Verdadeiramente, a alegria de Jesus transbordou em nós.

Dia 5 de julho (domingo) – Ainda viajando
Chegamos cedo em Johanesburg e foi bem tranquila a passagem neste aeroporto, que é grande, moderno e com um inglês de sotaque difícil. Também tivemos oportunidade de tocar e cantar no aeroporto, oramos em grupo também, e novamente fomos abordados por pessoas que são cristãs ou que reconheceram a música... É maravilhoso carregar a bandeira de Jesus Cristo por todo lugar onde nossos pés podem pisar. Chegamos em Maputo quase meio dia e a mala da Larissa não chegou. Estava lá para nos receber o Nilton, missionário da Jocum em Maputo. A novidade de chegar em Maputo, fotos, conversas fomos os últimos a sair do avião e passar pela migração. Também gastamos tempo no problema da mala da Larissa, aliado à demora em liberar nossos passaportes na migração, acabamos nos atrasando ainda mais e quase perdemos o voo para Quelimane. Mas acabamos conseguindo despachar as malas, fazer o check in e, de novo, fomos os últimos a entrar no avião. Chegamos em Quelimane (as malas também) e lá estava o Cleber, o Judá e mais dois pastores nos esperando no aeroporto. Junto com eles fizemos um círculo, dentro do aerporto e oramos agradecendo a Deus pela viagem. Os irmãos que nos esperavam estavam com três carros e fomos direto para a casa do Cleber, Debora e Juda, onde estamos todos hospedados: os homens dormindo numa barraca no quintal e as meninas dentro da casa. Conversamos, cantamos e nos instalamos. No final da tarde, tinha uma galinhada, deliciosa, preparada pela Debora, além do café, das geléias feitas por ela também. Ao redor da mesa pudemos orar, agradecer pela viagem, pelo alimento, pela casa que nos acolhe. Sentimo-nos acolhidos, como uma galinha acolhe seus pintinhos sob suas asas.


Dia 4 de julho (sábado) – Dia da viagem
A noite foi rápida para alguns e longa para outros que não conseguiram dormir. No final da manhã estávamos no aeroporto para o início da nossa viagem. O tempo havia passado rápido, pois após o preparo de tantos meses estavamos ali, prontos para a viagem. Surpresa o número de pessoas da igreja que estavam lá para nos abençoar e dar seu abraço e desejar sucesso na viagem. O Sérgio Wesley chegou a anotar o nome de cada um, cerca de 100 pessoas. Logo ao embarcar em Curitiba fomos identificados como filhos do Senhor Deus, os funcionários nos perguntavam "que música era aquela que ouviam do saguão, quem são vocês", todos com sorriso nos lábios e com alegria em nos atender... A saída de Curitiba atrasou e chegamos em São Paulo em cima da hora para pegar o voo para Johanesburg. Fomos os últimos a entrar no avião, na correria. Como chegamos tarde, nossos lugares foram trocados e acamos viajando separado. O voo foi bom, o Cláudio, no jantar achou pouca a comida e pediu as duas possibilidades de cadápio. O dificil foi entender o sotaque do inglês dos comissários e dai a dificuldade em escolher o que comer. Na dúvida, pedimos o “the same”, aquele que o vizinho havia pego. No nosso horário, café da manhã a uma da manhã.

Dia 3 de julho (sexta-feira) – Véspera da viagem
Iniciamos o dia, em oração, na igreja, desde às 6h30. Lemos Isaias 52 falando da adoração a Deus, que olha o aflito e ao que treme diante da Sua Palavra. Estava conosco o casal Cibele e Dada, o Rev. Juarez e alguns de nossos familiares. O dia foi cheio de espectativas diante dos últimos preparativos além dos nossos próprios trabalhos.

15 julho 2009

Xuxu - a pedidos




Quarta feira



Amados do Brasil

Estamos a visitar e a treinar...

....é assim que o povo Moçambicano fala por aqui, eles nunca usam o gerúndio, nem mesmo quando é correto usar. Diferente do povo brasileiro, certo? Que diz que vai estar falando e resolvendo o seu caso, também vai estar entrando em contato assim que estiver recebendo notícias... heheheehe

Da mesma forma que fizemos ontem, hoje alguns acordaram as 6:00, outros as 6:30 e nos preparamos para nosso momento de oraçao - das 7:00 as 7:30. Café da manha logo em seguida e caminhamos para o local das oficinas.

OFICINAS
Pirofagia - Arthur e Fernanda começaram a trabalhar com fogo, até aqui estavam a ensinar os movimentos e a ministrar aos participantes.

Teatro - Sérgio e Tainá já conseguiram ensinar três peças - CAIXA, SUICÍDIO e CRIAÇAO.

Stomp - Iru, Junia e Guilherme venceram o trabalho com os tambores e hoje começaram com os bastoes.


Malabares - Gabriel, Rebecca e Larissa já fizeram toda a portagem, e vale dizer que sao muito corajosos e rápidos nisso; e ontem confeccionaram as bolinhas, argolas, bandeiras e swings. Hoje começaram a trabalhar com estas habilidades.













Como vêem, o pessoal está trabalhando pesado por aqui. Além disso, também compartilhamos a Palavra de Deus através do estudo que o Cid faz todas as manhas, sobre RECONCILIAÇAO.

VISITAS
O pessoal designado para visitar as casas dos bairros também está trabalhando muito com os irmaos daqui. Cada equipe tem feito uma média de 13 visitas por dia, gastando tempo para conhecer da realidade de cada casa, dar oportunidade para contarem seus problemas, e seus pedidos de oraçao. A predominancia religiosa aqui é muçulmana, entao, alguns nao nos permitem orar ou ler a Bíblia. Mesmo assim nos despedimos desejando que Deus os abençoe.
O contexto dos bairros em Quelimane é muito parecido com o da Ilha de Idugo no que diz respeito a infra-estrutura, saneamento básico, fornecimento de água, instalaçoes das casa, escassez de comida e de medicamentos. Mas Deus tem nos dado porçoes da Sua Palavra para compartilhar com cada um daqueles que Ele mesmo, o próprio Deus tem nos dado a encontrar, ora de fortalecimento na fé, ora de apresentaçao do plano de salvaçao, ora de promessas. Também nos pedem que oremos por seus enfermos, por demônios que nao permitem as crianças dormirem a noite, e as fazem falar línguas que os pais nao entendem, enfim. No dia de hoje, foram Cid, Karina, Ana, Paulo e Guilherme, sempre acompanhados de pastores e de irmaos da Igreja de Cristo aqui.



No final desta tarde, o Pastor que acompanhava a Ana, Paulo e Guilherme pediu que lhe dessem as referências que usaram, também pediu que lhe dessem uma Bíblia. O Pastor que acompanhava a equipe no dia de ontem disse que gostaria de ter pelo menos duas Bíblias para manter na igreja, já que nao pode oferecer a todos, assim, as pessoas se dirigem até o local, lêem e outros poderao fazer o mesmo.Verdadeiramente, Deus tem agido em nós e através de nós. Para Sua Glória!!!
ALIMENTAÇAO
Da mesma forma que aconteceu ontem, Cláudio e Cléber continuam a nos abençoar preparando nosso jantar. Ontem comemos espaguete, e hoje camarao no bafo, e arroz com molho de camarao. Acreditem, depois de um dia de muito trabalho e de provar do Senhor, Ele ainda nos surpreende com esse cardápio e carinho dos irmaos. Em todos os almoços, a Débora nos abençoa liderando as voluntárias que estão a cozinhar.



Grandes coisas o Senhor tem feito! Aleluia!

14 julho 2009

Terça feira

Hoje nos reunimos todos as 8:30. Começamos com estudo feito pelo Cid, que falou de RECONCILIAÇAO, usando os estudos que temos feito na IPC, nos Núcleos Familiares. Também cantamos, dançamos e louvamos a Deus. Logo na sequencia dividimos o pessoal em suas oficinas e também fizemos visitas. Hoje foram Ana, Jandaia, Paulo e Karina. É incrível como as pessoas são receptivas e nos acolhem bem, com toda simplicidade, falta de acomodações, e precariedade, mas muito amor.

A tarde, mais um período de ensaio nas oficinas e visitas. Deus tem operado maravilhas nestes dias! Glórias e Glórias!

LOUVOR NA LINGUA SCHWABO

KAVO LIGANA NAIESU (2X)
Não existe ninguém igual a Jesus

NOÊDA (ÊDA) ELÁBO OTÊNE ( 2X)
Andei por todo lado

NO ZUGUNUA ELÁBO OTÊNE (2X)
Girei por todo lado

NOSSAKA (SAKA) ELÁBO OTÊNE (2X)
Vasculhei por todo lado

CAMUNÍ FANHÁ MUILÁ (2X)
Não encontrei ninguém

VAIDADE ZERO

Na impossibilidade de darmos atenção ao que chamamos de vaidade, procuramos tirar proveito de tudo o que vivemos. Então...

- da poeira no caminho para a Ilha de Idugo, fazemos máscara facial de argila
- do sabonete sujo de areia, fazemos sabonete esfoliante
- do chacoalhar constante do caminhão, fazemos sessão de drenagem linfática
- das longas caminhadas, fazemos tonificação muscular
- dos pés descalços na areia, fazemos lixamento natural
- da ausência de água no caminhão, buscamos hidratação com água de côco
- da lavação de roupa após 5 dias na ilha, fazemos a única forma de limpar as unhas
- na falta de espelho, a opinião sincera da irmão ou do irmão é que vale

E aceitamos como presente de aniversário, a oferta do Paulo para o Cid: “Você está com saudade de você? Olhe-se no espelho”- depois de 5 dias.

13 julho 2009

Segunda Feira

Hoje acordamos as 6 horas, tomamos café e caminhamos para a Igreja Evangélica Assembléia de Deus. Nos reunimos naquele local para nosso primeiro dia de ETED.
Começamos as 8:30 com apresentação do grupo pelo Sérgio e devocional pelo Cid, que usou o Salmo 150.


Muitas igrejas estão participando da ETED

- Igreja Assembléia de Deus
- Igreja Assembléia de Deus Africana
- Igreja Assembléia de Deus Brasileira
- Igreja Corpo de Cristo
- Igreja Cristo é o Caminho
- Igreja Evangélica de Cristo
- Igreja Jesus é o Caminho
- Igreja União Batista
- Igreja Vida Vitoriosa

Além de representantes do
- Grupo Voesa
- Grupo Mijex
- Grupo Muvuruane
- JOCUM

Passamos a manha toda juntos, organizando as oficinas. Aprendendo e ensinando cânticos de louvor.

A tarde, todos começaram a trabalhar com seus grupos de alunos divididos em TEATRO/MAQUIAGEM, STOMP, PIROFAGIA e MALABARES.

Outro grupo saiu para fazer visitas acompanhados de irmãos da Igreja Corpo de Cristo. Foi uma experiência descrita como especial, com destaque para a união que percebemos entre as igrejas e pastores. Somos realmente um só corpo, o Corpo de Cristo. E vimos isto aqui. Participaram desta atividade a Jandaia, Paulo, Karina e Larissa.

No momento que temos reservado para compartilhar, ao final do dia, fomos surpreendidos com as notícias de que os alunos aprenderam facilmente aquilo que foi ensinado. Glórias a Deus!

Outra surpresa foi o jantar preparado pelo Cláudio e o Cléber, que se ofereceram para cozinhar pra nós no período da noite. Comemos pizza e bebemos coca-cola. Foi também uma bençao. Nossos irmãos nos abençoaram muito com sua dedicação e disposição em cozinhar tão bem.